quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Homenagem a Galileu Augusto Alves

Associação Espírita A Caminho da Luz – 44 anos
Um pouco de nossa História
Homenagem a Galileu Augusto Alves


Não se pode falar na história da nossa Associação Espírita A Caminho da Luz, sem falarmos sobre seu primeiro presidente - Galileu Augusto Alves.
Nascido em Poços de Caldas, de família espírita, Galileu sempre foi participante em nosso movimento, tendo colaborado na fundação de grupos espíritas nas diversas cidades onde viveu.
Em uma de suas visitas ao seu irmão Fernando, que trabalhava em Ituiutaba, Galileu conheceu aquela que seria sua companheira e colaboradora de todas as horas - Vanira - com quem se casou, estabelecendo residência inicialmente em Poços de Caldas. Algum tempo depois, iniciaram uma série de mudanças, na condição de funcionário do Banco do Brasil, tendo vivido em Uberlândia, Pirassununga, Belo Horizonte e Carlos Chagas, no norte de Minas Gerais. Ali também Galileu iniciou o movimento espírita local, a partir de um Culto do Evangelho no Lar. Nesta época, surgem as primeiras comunicações dos amigos espirituais, que falavam sobre a tarefa que estava por vir - a Casa da Mãe Pobre.
O clima quente, que começava a provocar problemas de saúde para a família, foi a circunstância que os impulsionou para uma nova mudança. Foram ao Rio, na expectativa de conseguir uma transferência, junto à direção do Banco. Chegando lá, o inspetor que os atendeu apontou no mapa uma cidade - Cássia, para a qual havia a possibilidade de transferência imediata. Apesar de não conhecer a cidade, a resposta não foi difícil, pois uma força maior indicava que seria lá o local onde suas tarefas deveriam continuar. Aceitou imediatamente e a família então veio para Cássia, no sudoeste de Minas.
Logo que se estabeleceram na cidade, as atividades na doutrina espírita tiveram prosseguimento - em uma reunião nascida de um culto do evangelho no lar, com a adesão dos companheiros que foram surgindo, dentre eles Marita Benedetti e o Sr. Natan Teodoro de Souza, que ofereceu sua casa, à Pça. JK para o funcionamento das atividades do grupo, tendo sido realizada neste local a reunião de fundação do Centro Espírita A Caminho da Luz.
Neste primeiro momento, surgia também Abadia Faleiros, que vinha se juntar a Galileu como sustentáculo da obra que estava por iniciar. Em uma visita a Chico Xavier, juntamente com seu esposo Lauro, Abadia ouviu dele o seguinte conselho: procure o Galileu, que se mudou recentemente para Cássia, e comecem a trabalhar.
O grupo recém formado, pouco tempo depois, já funcionava em nova sede, alugada à Rua da Liberdade, ampliando sua atuação. Surge então a proposta de se construir a sede própria do Centro, onde funcionaria seu departamento assistencial - a Casa da Mãe Pobre. Para isso, receberam a doação de um terreno, com a condição, porém de iniciarem as obras no prazo máximo de l ano.
A pedra fundamental foi lançada num domingo, dia das mães. A obra era de vulto, e exigiu grandes sacrifícios. À frente da obra, seguiam com determinação os dois casais - Galileu e Vanira e Abadia e Lauro. Campanhas, doações, buscando o apoio da comunidade local e cidades vizinhas. De Franca, dois grandes colaboradores surgiram - Sr. Íris Trajano e Eugênio Cassis.  O salão de reuniões foi concluído, com uma cozinha ao fundo do terreno, onde se servia a sopa.
O passo seguinte foi a fundação de uma escola, para atendimento às crianças do bairro. Ampliado o prédio, as salas foram cedidas gratuitamente ao governo do estado, surgindo a escola estadual Allan Kardec, que funcionou ali por muitos anos.
As atividades sempre crescendo, o grupo se fortalecia no trabalho, contando sempre com o amparo da providência Divina. Lúcio, mentor espiritual do grupo, estava sempre presente, com sua orientação segura.
Muitos foram os testemunhos, em várias situações. Em uma das oportunidades, os recursos para a manutenção da sopa haviam se esgotado. Os mantimentos estavam no fim, e ninguém sabia se seria possível oferecer no próximo dia o alimento tão necessário à população carente. Lúcio, o benfeitor amigo, respondeu às inquietações do grupo, fazendo um apelo para que não deixassem de ter fé.
Pois no dia seguinte, chega um aviso no Banco para o Galileu: um caminhão do exército estava parado diante da Casa da Mãe Pobre, e o oficial pedia a presença do responsável pela instituição. A situação não deixou de causar certa apreensão, pois naquela época, início dos anos 70, em pleno regime militar, a presença do exército era sempre vista com certa cautela. Mas Galileu foi até eles, e para sua surpresa soube que o caminhão estava carregado de mantimentos, que seriam doados à Casa. Tocados por forte emoção, todos perceberam que o amparo não falta a todos os que se dedicam ao trabalho do bem.
Em Março de 1976, tendo se aposentado, Galileu retornou a Poços de Caldas, continuando a participar do movimentos espírita, tendo vivido naquela cidade até seu desencarne, em outubro de l991.


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